quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Não vejo mais heróis..."


Não vejo mais heróis quando olho para o horizonte...
Não sinto mais o que sentia ao ouvir aquela música...
Não vejo mais toda a confiança que você disse ter...
Não creio mais naquilo que os outros teimam em acreditar...
Não vejo mais o brilho das coisas...
Caminhando sobre aquilo que restou me vejo pensando na culpa que agora paira dentro do meu eu.
Corpos estendidos ao chão...
Corpos daqueles que não viveram...
Porém, o sol continua brilhando.
Daqueles que não tem mais escolha resta sonhar em um dia ter um sonho...
Resta lembrar daquilo que nunca viveram
Resta se orgulhar de uma bonificação que eles sequer sabem o significado.
Os rostos que agora sorriem, guardam as cicatrizes de algo pior...
Aqueles que se dizem preocupados puxam o gatilho
E em uma falsa ajuda as cicatrizes são reabertas...
Aquele que não sabe o que é sorrir da risada ao ver um pássaro no céu.
Aquele que nunca foi amado ama a qualquer um que por ali passe...
Aquele que nunca brincou se diverte correndo em volta dos corpos de seus parentes...
A fome é saciada pela vontade
E algo maior faz com que os corpos sejam esquecidos...
Aqueles que não têm força alguma, não se rendem frente ao maior impacto a se sentir.
O mesmo sol brilha a todos, e as chamas que matam, dão esperança aqueles que não são mais como nós.
Um lugar cheio de um vazio que pode enlouquecer qualquer um...
Um lugar onde crianças brincam sem amanhã...
Um lugar melhor?
Talvez numa outra vez
Numa outra vida...
Confiança naqueles que juram ajudar?
Aqueles que jamais estudaram são mais espertos que isso...
Algo maior os move.
Heróis não pairam mais sobre o horizonte...
Possas de sangue de alguém que só queria sonhar escorrem para o lago.
Não creio mais naquilo que os outros teimam em acreditar...
Não vejo mais o brilho das coisas... 

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